Sonhos e ilusões


Catadores

Não são sombras,
Às vezes andam sós,
Estão sempre nas ruas,
Catando o que deixamos – culpados entre nós...

A natureza sempre grata,
Eles percebem sua gentileza,
Tiram das ruas e praças,
Garrafas, papelão e latas...

Não escolheram tal profissão,
Se é o que chamamos de opção,
Fazem um trabalho fantástico,
Ajudando o mundo num ciclo perfeito...

Poucos amigos os querem,
Em oração – direitos iguais eles pedem,
Sofrem por reclusão social,
Mas não deixam de arrancar do solo, seu metal...

Não são catadores de sonhos,
Sobrevivem fazendo do pouco – um montante,
Não fingem tomar banhos,
Mas na chuva – a luta se torna desgastante...

Carrega em seus lombos o fardo perdido,
Seguem no presente sorrindo,
Se muitos têm vergonha do que faz,
Na miséria dos desejos não se acha paz...

Somos capazes de impedi-los;
De ignorá-los;
De sentir pena e
De fazer dos seus objetivos, sua tristeza...

São como crianças,
Brincam de esperanças,
Pensam num futuro melhor e nas lembranças,
Levam seus sustentos em carroças...

Não se pode deixar de imaginar,
As poucas promessas que ganharam ao circular,
Não se deve ignorar,
Que muitos deles precisam de incentivo para amar...

Os catadores,
Vivem dias e noites,
Escondendo seus rostos,
Para a população – aceitá-los.     

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